sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Amor amar você - Rafael Deleon

 

Procuramos no fundo do baú aquelas músicas antigas, quase que medievais, do século passado, quando não éramos nem projeto de vida, músicas que tocam a alma. Começamos a ouvir aqueles MPB’s que quase não tocam mais nas rádios e nos sons dos vizinhos porque a geração de hoje é outra geração. Ouvimos sons que tocam a alma, ouvimos músicas com o intuito de lembrar de outro ser, que nem sabemos se lembra de nós, talvez lembre, ou não, quem sabe?

 Não importa o que a outra pessoa faça, sinta ou não faça, o que importa é a sensação de vida que sentimos, o desejo, o sentimento e tudo mais. Escrevemos versos, assistimos a dramas, romances e coisas que não são do cotidiano, talvez até não com tanta frequência como hoje. Lemos Vinícius de Moraes, Shakespeare e outros. Escrevemos cartas à moda antiga, tentamos fazer o que nunca fizemos, tudo sem medo, tudo com carinho e mais carinho, tudo numa felicidade sem explicação, no fim, meio e início, queremos nos sentir sempre assim, receber um elogio e que isso é bonito mesmo quando muitos acham arcaico e fora de moda, tudo isso sem medo de chorar, sofrer, arrepender-se ou qualquer outra circunstância, enfrentamos quase tudo ou tudo.

 Aventuramos, acreditamos e tentamos tirar dos sonhos os sonhos e tentamos fazer tudo de verdade. Quando aprendemos a andar de bicicleta e caímos nos zangamos, xingamos, nos revoltamos e falamos algumas vezes para si mesmo que nunca mais vai tentar andar de bicicleta e olhamos e vemos outras pessoas andando e vamos aprender a andar até conseguir andar, até depois de saber andar caímos, porém nos levantamos sem medo e continuamos a andar. É mais ou menos assim ou é assim muitas coisas na vida, ainda mais quando se trata de sentimentos e relacionamentos.

 Quando encontramos aquela pessoa que nos preenche depois de muitos anos. Vivemos em um mundo onde falar que gostar, dedicar-se a uma pessoa é errado, onde devemos ser egoístas, mesmo não devendo, dizem que não devemos pensar em casar-se, ter filhos ou qualquer coisa do tipo. Pergunto-me: que medo é esse de amar se a resposta está em nós mesmos que somos frutos de um amor, de uma relação não só de um, mas de dois. Nascemos, crescemos e vivemos em uma família e muitos de nós temos medo de ter uma família.

 Devemos deixar o capitalismo e o materialismo às vezes de lado e viver a vida e não a vida viver a nossa vida. Não tenha medo de fazer o que se tem vontade de fazer, sinta-se bem, ame, sinta-se amado(a) viva a vida e não finja a vida


Rafael Deleon C. Silva 

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